Maduro: uma breve análise de dados de redes sociais

Muito foi falado da presença do presidente venezuelano Nicolás Maduro no Brasil. Mais ainda das falas do presidente Lula sobre ele e sobre as condições de vida da população venezuelana e da democracia por lá.

Fazendo uma análise do Twitter dos últimos 7 dias podemos observar que os perfis que mais dispararam sobre esse assunto foram da oposição e veículos de notícias desse espectro ideológico.

O sistema analisou 2500 tweets nos últimos 7 dias. No cluster podemos ver que as redes estão altamente concentradas em torno de alguns perfis. Isso que dizer que muitas outras contas interagiram (retweets ou comentaram) nessas contas. São pessoas muito conectadas, pessoas populares, que podem se conectar rapidamente com a rede mais ampla.

O gráfico seguinte mostra a centralização e a densidade dessas interações. Quando a centralização é próximo a 1, sugere que existem poucos participantes centrais. Quando é próxima a 0 são consideradas descentralizadas.

Já a medida da densidade ajuda a ilustrar o quão próximos os participantes estão dentro de uma rede. Quanto mais próxima de 1, mais unida será a comunidade/conversa, o que sugere que os participantes estão conversando com muitos outros. Se o valor estiver mais próximo de 0, isso sugere que quase ninguém está conectado a outros na rede.

Na imagem podemos observar que a centralização está próxima de 0, sugerindo uma interação maior mas a densidade também está próxima de 0, essas contas estão interagindo entre elas formando o que chamamos de bolhas, contas que só interagem com outras contas com os mesmos interesses.

Em seguida mostro um gráfico com as principais contas centrais dessas publicações. Depois uma nuvem de palavras com o conteúdo desses tweets. Trago também alguns tweets dessas contas que tiveram grande repercussão na rede.

Com esses dados podemos observar que a oposição movimentou o twitter sobre o assunto das declarações do presidente Lula sobre Maduro. Parece óbvio para esse assunto mas há outros temas que só poderemos chegar a conclusões mais precisas baseadas em análise e interpretação de dados das redes sociais.

Leandro Pellizzoni, jornalista